sábado, 31 de março de 2012

Semana Santa: O Beijo da Cruz


“Que a nossa inteligência, iluminada pelo Espírito da Verdade, acolha, com o coração puro e liberto, a glória da cruz que se irradia pelo céu e a terra” (S. Leão Magno).

O mesmo santo nos diz que a santa cruz “é fonte de todas as bênçãos e origem de todas as graças. Por ela, os que crêem recebem na sua fraqueza a força; na humilhação, a glória; na morte, a vida”. Cantemos, nós também, a glória da Santa Cruz.

A liturgia da sexta-feira santa ao referir-se ao culto à Cruz se expressa dizendo que se trata de uma “solene adoração da santa Cruz”, deixando inclusive a possibilidade de dobrar o joelho diante dela. Penso que essas palavras calaram no coração de mais de um cristão deixando-o pensativo, com maior razão se refletimos naquilo que realizamos: aproximamo-nos da imagem do Cristo crucificado e o beijamos; adoramos a Cristo, a sua Cruz. Na verdade, Cristo e a sua Cruz são identificados nesta liturgia solene de hoje.

Duas perguntas: porque adoramos a Cruz? Porque a beijamos? No Brasil, devido a influência de teorias provindas de ambientes evangélicos não é raro encontrar também entre católicos certa desconfiança e aversão pelo culto às imagens. Hoje eu gostaria de conversar com você sobre esse tema sem uma finalidade defensiva, apologética, mas simplesmente observando o que a liturgia da Igreja nos diz no dia de hoje. Tendo em conta que qualquer conseqüência apologética será colateral, quero dialogar especialmente com aqueles católicos que aceitam com toda paz a sua fé celebrada na liturgia de hoje.

Nós adoramos a Santa Cruz porque ela foi o madeiro no qual o próprio Deus feito homem retirou a maldição do pecado que pesava sobre nós. A cruz era sinal de maldição, suplicio dos culpados e grandes marginais da sociedade. Cristo quis transformar esse sinal de maldição em sinal de benção. Mas, contudo, para entender melhor por que adoramos a Santa Cruz é preciso que compreendamos uma realidade: as coisas contêm um significado. Por exemplo: beijar uma pessoa tem distintos significados quando realizado em diversas circunstâncias. Uma criança que dá um beijo na sua mãe quer significar todo o carinho e agradecimento que sente por ela; duas pessoas que se dão os dois beijinhos sociais quando se conhecem não querem significar mais que o prazer que sentem em conhecer-se e celebrar dessa maneira ritual essa nova relação de amizade que começa; dois namorados que se beijam querem expressar o amor que sentem mutuamente. Há beijos que significam pura sensualidade, outros são exposições das escórias e dos desvios humanos. Enfim, um beijo pode significar muito! No caso do beijo à Santa Cruz, trata-se de um beijo que se pode interpretar em relação a outro beijo, aquele que o sacerdote dá ao altar todos os dias ao começar e ao terminar a Santa Missa: um beijo cheio de amor, de respeito, de admiração. O Altar representa a Cristo como a Cruz também o representa.

Como as coisas têm um significado, também é preciso que entendamos esse significado em relação à nossa capacidade de captá-lo e de dar significação aos nossos gestos. Uma pessoa que abre o facebook ou o orkut e vê as fotos dos seus amigos e familiares não começa a pensar se essa foto ocupa 300 KB ou 2 MB, nem nos seus pixels, tampouco na materialidade ou imaterialidade dessa foto em concreto. Ao contrário, ao ver uma determinada foto, a nossa mente se dirige naturalmente à pessoa que a foto representa. Hoje em dia, ainda que as fotos em papel sejam mais incomuns, talvez o leitor se lembre daquele beijo que deu numa foto de alguém querido. Nem passa pela minha mente que você queria dar um beijo à foto em si, tenho certeza que você queria dá-lo à pessoa querida representada por ela.

Dessas considerações, podemos concluir que há pelo menos duas maneiras de olhar uma imagem: vê-la simplesmente enquanto imagem, na sua mera materialidade, ou vê-la enquanto significativa de realidades que ela expressa. A mente humana não fica na primeira maneira de ver uma imagem a não ser que esteja fazendo um estudo sobre a qualidade do papel, a tonalidade das cores etc. A mente humana vê a realidade material e, abstraindo totalmente da matéria que tem diante de si, vai diretamente à realidade que ela representa. Trata-se de uma “viagem” que a mente faz desde a imagem à realidade. Sendo assim, quando nós contemplamos umas flores diante do Santíssimo, umas velas acendidas a algum santo, umas toalhas mais vistosas no altar do Senhor, nós não podemos parar na simples materialidade dessas coisas.

Deus conhece melhor que nós mesmos como funcionamos. Ele sabe que nós conhecemos e amamos as realidades que não vemos a partir das que vemos. Condescendente com essa nossa maneira de conhecer e de amar é que o Senhor Deus, desde o Antigo Testamento, aborrecendo a idolatria – que consiste em dar às criaturas o lugar que corresponde ao Criador –, foi permitindo pouco a pouco representações materiais de realidades espirituais. Nesse sentido, lembremo-nos dos dois querubins de ouro colocados nas extremidades da Arca da Aliança (Ex 25,18-22), da serpente de bronze (Nm 21,1-10), das várias imagens que Deus permitiu que Salomão pusesse no Templo para adorná-lo (I Re 6,23-35.7,29), daquele signo misterioso de Ezequiel (Ez 9,1-7) etc.

No entanto, Deus, apaixonado pelo ser humano, não se contentou em permitir representações materiais das realidades espirituais, mas ele mesmo quis ser visto fisicamente pelo homem, “e o Verbo se fez carne” (Jo 1,14). Quem poderia ir contra a materialidade da religião quando o próprio Deus se fez matéria? Quem ainda poderia ir contra as imagens se Cristo é a imagem perfeita do Pai (cf. Cl 1,13-16)? Quem se atreveria a professar um cristianismo puramente espiritual quando Deus quis um sadio materialismo da fé? A pessoa humana é imagem de Deus, compreende através de imagens e as venera, não por causa da sua materialidade, mas porque são expressões das realidades espirituais. Há casos em que essa veneração se identifica com a adoração. Por exemplo, no caso da “solene adoração da Santa Cruz”[1].

Não adoramos, no entanto, a materialidade da Cruz, mas tudo o que ela significa: Cristo crucificado nela, nosso único Senhor e Salvador. Esse contato com a Santa Cruz nesta sexta-feira santa deveria fazer com que pensássemos que estamos entrando em contato com o Mistério do Gólgota, estamos beijando o Senhor no ato central da nossa Redenção. Estamos aderindo-nos à Cruz, ao sofrimento, às ignomínias, às afrontas, aos desprezos que Cristo sofre na Cruz. Beijar a Cruz e adorá-la significa entrar em contato com uma realidade muito exigente: pensemos no Cristo sofredor e glorioso e nos submetamos ao seu reinado. Paradoxalmente, esse é um reinado que se manifesta de uma maneira que nos deixa um pouco confusos: um rei lastimado, derrotado, sem coroa a não a ser a de espinhos, sem vestes esplendorosas a não ser o manto de púrpura e de escárnio que depois lhe tiram, sem súditos a não ser Nossa Senhora e outras poucas pessoas que não se envergonharam e permaneceram fiéis. Longe de nós envergonharmo-nos na Cruz do Senhor. Nós sabemos – junto com São Paulo – que Cristo crucificado é sabedoria e força de Deus para nós (cf. 1 Cor 1,24).

Eu convido você a participar da Paixão do Senhor com Nossa Senhora. A dor de Nossa Senhora é a dor de uma mãe pelo seu Filho sofredor. É ao mesmo tempo uma dor oferecida a Deus Pai. Maria Santíssima está serena aos pés da cruz porque ela vê o amor com que o seu Jesus abraça a cruz, ela sabe que é a vontade do Pai.

1º de Maio


Profissionais do Reino e Ministério Universidades Renovadas;
Não podemos ficar de fora deste grande momento!





terça-feira, 20 de março de 2012

Apascenta as minhas ovelhas

Amados e amadas

Este fim de semana (16 a 18), os servos do Ministério Universidades Renovadas viveram fortes momentos no retiro de servos organizado pelo mesmo.

Foram milagres, foi um conhecer a Deus de forma profunda. Foi descobrir a ser suporte um dos outros e dividir o pouco que tínhamos.

Deus mais uma vez mostrou o quanto é fiel àquele que confia e espera na sua graça e nós, de forma alguma podemos guardar essa graça somente para nós. Por isso, estamos aqui partilhando um pouco de nossa experiência!

Eis aqui os links de nossas pregações:

http://www.4shared.com/mp3/I-tmtYXr/Apascenta_as_minhas_ovelhas.html

http://www.4shared.com/mp3/tv7nBeYZ/file.html

OBS: Copiar e colar os links!




segunda-feira, 19 de março de 2012

COMUNICAÇÃO: FERRAMENTA DE UM EVANGELIZADOR

O que é comunicação? De que forma você conseguiu chegar até o GOU? Lembro de como cheguei a conhecer o GOU. Lembro que na época, Milena e Larissa estavam vivendo um chamado de Deus em suas vidas, esse chamado era a evangelização, e na posição de servos, precisamos ter essa consciência de que todos nós somos chamados a evangelizar, mas não existe evangelização sem a transmissão, difusão, ligação, união ou simplesmente a COMUNICAÇÃO!

O documento 54 da CNBB nos diz que: “A Comunidade de Renovação não encontra sua razão de ser numa necessidade, nem numa tarefa, mas num estado, num modo de existir. A comunidade de Renovação não se forma a parti de certas práticas, nem a partir de uma função, mas a partir de um laço que une existencialmente os cristãos.” (cf. CNBB- Doc. 54, n. 271).

É com o intuito de unir, apertar os laços e cativar a humanidade, que nós, Ministério Universidades Renovadas estamos usufruindo o máximo possível das ferramentas que permitem essa comunicação viva e atual que difunde de forma mais rápida e abrangente uma determinada informação.

Essa informação que será disseminada deve mais do que nunca ser verdadeira. Como cristãos, devemos ter o cuidado de não explanar opiniões nossas que não estão de acordo com aquilo que a Igreja nos orienta, ou seja, devemos estar em comunhão com as doutrinas de nossa Santa Igreja. E afirmo, que ao transmitir a verdade, ao tocar uma pessoa por meio de uma informação e instigá-la a querer melhorar e se entregar em uma vida de santidade, estaremos construindo os primeiros pilares da civilização do amor. Isso é fato que o Catecismo da Igreja Católica nos confirma: “A solidariedade aparece como conseqüência de uma comunicação verdadeira e justa e da livre circulação das idéias que favoreçam o conhecimento e o respeito aos outros.” (CT. 2495)

Desta forma, a equipe de comunicação tem como função:

1_ servir à verdade e não ofender a caridade;

2_ respeitar a natureza dos fatos;

3_ respeitar e ter cuidado com o juízo crítico a respeito das pessoas;

4_ jamais ceder a uma difamação.

Nós, comunicadores de forma geral não podemos ser imparciais. Temos um comprometimento com a verdade e é ela que sempre devemos ter como base. “Direis a verdade e a verdade vos libertará.”

E quais são os meios de comunicação que o Ministério Universidades Renovadas utiliza? Eles têm feito diferença na vida de servos e leigos que não vivem de forma profunda os ensinamentos da Igreja?

O Ministério tem buscado se manter o mais próximo possível da sociedade de modo geral. Não escolhemos somente pessoas que já estão na caminhada junto a nós, mas principalmente aqueles que precisam ter um encontro pessoal com Deus, que precisam viver de forma profunda uma experiência com o Espírito Santo. Logo, devemos nos manter em meio a essas pessoas que geralmente estão nos faces, a onda do momento; o finado Orkut; twiter; blogs e o mais importante de todos, o celular. Outra forma utilizada pelo ministério é os famosos panfletos e cartazes que são colocados nos murais de corredores de toda a universidade.

E aqui eu questiono: quem aqui tem facebook? Vocês têm evangelizado por meio dessa ferramenta? Vocês têm tomado os devidos cuidados ao publicarem toda e qualquer informação? Você tem querigmado? O Senhor sempre dizia que havia vindo pela ovelhas perdidas, e são esses passos que devemos seguir, de evangelizar aqueles que estão distantes do Verbo Divino.

Foco neste momento que temos uma imagem a zelar e que como luquinhas e evangelizadores devemos viver o que pregamos. Evangelizar não é fácil, ser comunicador da verdade revelada não é fácil, pois devemos nos expor há uma sociedade que infelizmente recebe muitas informações ao mesmo tempo. Informações essas que muitas vezes são recheadas de conceitos que nos diminuem com ser humano, que nos tira de princípios retos e castos. Nossa sociedade tem sede de Deus, mas não tem coragem suficiente de beber da verdadeira fonte que requer uma renuncia. Ser comunicador é colidir com o mundo e utilizar de todas as forças, principalmente a que vem do Céu para permanecer em pé; é saber ouvir e separar o joio do trigo.

Nós somos os escolhidos para construir a civilização do amor e onde Deus nos mandar devemos ir sem sentir nenhum medo, ser um servo que viva a Palavra, ou seja, ser o evangelho vivo!

Aline X. Bras